FOTOS: Zendaya estampa capa da edição de dezembro da Flare Magazine + ensaio e entrevista exclusivos

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postado por João Almeida
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Ela não para! Nesta segunda-feira (02) foram divulgadas a capa e fotos exclusivas do ensaio fotográfico que Zendaya realizou para a edição de dezembro da revista canadense Flare Magazine, a qual estampa a capa da mesma (e ainda traz uma capa alternativa). Confira abaixo todas as capas, fotos do ensaio e a entrevista traduzida pela nossa equipe.

Capa da estrela Zendaya em seu novo álbum e indefinível estilo.
Zendaya está em total controle para falar sobre sua mente, para assumir o comando de sua carreira e puxar uma revolução de estilo que ninguém nunca viu.

Se você é uma das 30 milhões de pessoas que seguem Zendaya em suas redes sociais, vai entender porque eu achei que ela seria uma hugger. Desde enviar respostas cheias de emoji aos fãs que tuítam seus memes até fazer alguns vídeos “intimidantes” no Snapchat para chamar todos os haters de peruca via Twitter, a garota de 19 anos de idade parece estar surpreendentemente acessível. Então quando a esbelta estrela da série “Agente K.C.” do Disney Channel caminhou até o nosso set de fotografia, fiquei surpreso ao encontrar uma calma, legal, jovem confiante, #chefe que, enquanto educada, não é particularmente efusiva após a primeira reunião. A mulher foi ali para trabalhar. Fotografando para uma capa fashion e sendo interrogada por um repórter durante uma hora? Apenas outro dia de trabalho para Zendaya (tipo sua ídola Beyoncé, seu primeiro nome exclusivo descartou a necessidade de um último), que em 5 anos tem feito uma multi-hifenização ao extremo. Ela é uma atriz – dançarina – cantora – estrela da Disney – autora – modelo –produtora televisiva – especialista em mídias sociais – design de sapatos – queridinha da moda – rainha do ativismo. Do tipo de que passa seus raros tempos livres sentada na primeira fila de Kenzo e Emanuel Ungaro durante a semana de moda em Paris.
E ela acabou de se formar no ensino médio, em Junho.

“Eu estava tão estranha aos oito anos de idade, estava realmente interessada por Shakespeare e entendia e apreciava a linguagem” diz Zendaya, uma criança auto-proclamada tímida, cuja primeira atuação fora de Oakland foi no California Shakespeare Theatre, onde sua mãe, professora por dia (como seu pai), trabalhava a noite. Mas uma garota não pode viver sozinha em Shakespeare. Como milhões de crianças, Zendaya – que se pronuncia Zen-dêi-iá – era fã do Disney Channel, que nos anos 2000 teve seus momentos de ouro produzindo Hilary Duff, Shia LaBeouf, Ravén-Symoné, Miley Cyrus, Demi Lovato e Selena Gomez. “Lembro-me quando Hannah Montana saiu, eu fiquei tão deprimida que comecei a chorar, me sentia tipo ‘eu quero fazer isso’” ela conta. Essa paixão alimentada por lágrimas levou-a até um agente, que a levou para uma audição, em 2009, de uma nova comédia feminina do Disney Channel chamada “Shake It Up”. Zendaya conseguiu o papel de uma dançarina aspirante que torna [o programa] um show de dança de Chicago, junto com sua melhor amiga, interpretada por sua colega, sensação adolescente, Bella Thorne. Em 2011, essas jovens estrelas lançaram um dueto chamado “Watch Me”. Zendaya era agora uma artistas de Charts da Billboard.

Música sempre fez parte da marca de Zendaya. Seu álbum de estreia auto-intitulado foi lançado pela gravadora Hollywood Records, propriedade da Disney, em setembro de 2013, começando com o single líder “Replay”, que acumulou mais de 113 milhões de visualizações no YouTube e ganhou disco de platina. Muitas jovens estrelas estreantes seriam aconselhadas a sair correndo para um segundo trabalho e ganhar dinheiro em cima do buzz, mas Zendaya fez uma pausa e vem trabalhando em seu segundo álbum, que ficou em segredo por quase um ano, até agora.
No início de 2015, ela assinou um contrato de gravação conjunta com a Republic Records, casa de Drake, Nicki Minaj e Taylor Swift (que, por falar nisso, contatou Zendaya ela mesma, e pediu-lhe para participar de seu vídeo “Bad Blood”, como a assassina “Cut-Throat). O mega-produtor Timbaland, é um colaborador no álbum [da Zendaya] até então sem nome. Mas não se enganem, este lançamento é tudo para Zendaya. “Eu tive um monte de vozes me dizendo o que eu deveria fazer. Pessoalmente, eu prefiro muito mais viver e morrer pelas minhas próprias mãos. Se meu material for uma porcaria ou não, pelo menos eu que fiz. Eu não permiti que alguma pessoa, algum cara velho vestindo um terno, tirasse isso de mim.” Os teasers [de músicas] que ela compartilhou nas redes sociais incluíam uma desacelerada música R&B de percussão orientada, sua voz suave e leve, e uma pista de chifre-feliz se que transforma cativante como o inferno em apenas 15 segundos.
Em 2013, depois de ter sido vice-campeã no Dancing With The Stars, a estrela da Disney foi chamada mais uma vez. Dessa vez, eles ofereceram-lhe um papel de protagonista em seu próprio show, sobre uma adolescente que descobre que faz parte de uma família de espiões, chamado KC Undercover. (Ainda no ar pelo Disney Channel). O poder feminino está em KC, gênio da matemática e tomboy, pega bandidos sozinha, desmonta-os com uma série de acrobacias, muitos dos quais Zendaya realiza em dupla. Mas, para dançar com o Mouse, mais uma vez, ela fez um pedido. “Alguns atores têm o título de produtor como parte de seu negócio, uma espécie de privilégio extra” explica o produtor executivo de KC Undercover, Rob Lotterstein. “Mas Zendaya leva seu papel como produtora muito a sério. Ela tem sido uma parceira real para mim, vem sempre com ideias para tudo, desde como filmar uma cena, até correção na história.” O programa é um sucesso tão grande, que a Disney chamou-a para apresentar o lançamento [da série] no Disney Channel Canadá, no início deste outono.

Essa vontade de fazer mais, de ser extra envolvida, controlar seus movimentos dentro dos seus próprios termos, é o que separa Zendaya de muitos dos seus compatriotas da Disney. Você tem a sensação de que ela não está sendo induzida fazer ou como agir, ela está apenas fazendo a Z. Há poucas chances que em poucos anos, ela se liberte nas redes de uma forma espetacularmente escandalosa. Ela é uma boa garota. Uma modelo. E sabe disso. “Nas palavras de Tupac Shakur: Eu sou uma modelo real, porque eu não estou brincando na função e não estou fingindo ser uma boa garota que é perfeita” ela diz “Mas acontece que eu sou uma boa menina, não faço coisas ruins e gosto de ser positiva, pois foi assim que eu fui criada. Acho que se eu estivesse fingindo, você já teria me visto quebrar esse personagem muito tempo atrás”
Esse tipo auto-consciente é evidente no jeito como Zendaya lida com seus feeds em redes sociais: 6 milhões de seguidores do Twitter, 13 milhões no instagram (desatualizado), 10 milhões no facebook e muitos para contar no Snapchat. Ela publica sobre tudo, regularmente. Desde o típico modo adolescente de falar com emoji, até mensagens positivas e contestações bem-ditas com trolls, tanto online, quanto, em um incidente famoso, ao vivo. Seu post pós-Oscar 2015 derrubou a anfitriã Giuliana Rancic do Fashion Police, canal E!, e colocou-a [Zendaya] num novo tipo de holofote. Enquanto andava pelo tapete vermelho, Zendaya usava um vestido simples ombros-nus de Vivianne Westwood, seu cabelo reforçado por dreadlocks, organizados longe de seu rosto. No Fashion Police, Rancic afirmou que “ela cheira como óleo de patchouli ou erva daninha” que provocou acusações de racismo contra ela, através do Twitter e outras médias.
Zendaya foi ao instagram para oferecer uma resposta eloquente, parte da qual pode-se ler: “Já existem críticas duras de cabelo Afro-Americano, sem ajuda de pessoas ignorantes que escolhem julgar os outros a partir dos cabelos. Meu vestido e meu cabelo com dreadlocks no Oscar, foi para apresentá-los de forma positiva, e lembrar as pessoas de cor que nosso cabelo é bom o suficiente”. Em setembro, a Mattel honrou o momento com uma edição especial, “Barbie Zendaya” (Que infelizmente não está a venda). “É algo que está muito atrasado” ela disse “Tiveram barbies negras, mas não com dreadlocks, ou até mesmo cabelos naturais e estruturas faciais diferentes. Quando eu era criança, eu tive uma barbie, mas eu não tive uma barbie parecida comigo, porque não haviam barbies-com-cabelo-cacheado!”
O cabelo das mulheres negras é sempre comentado, mas parece que Zendaya tem ganhado mais destaque sobre isso do que a maioria. Ela os experimenta com frequência, desde de dreadlocks até perucas, bobs elegantes e trancinhas, como usou na Semana da Moda em Paris. Isso criou alguns comentários e ela postou no twitter: “As pessoas simplesmente amam minhas trancinhas… sinceramente não é o estilo de cabelo mais original que eu já tive”. Ela parece genuinamente surpresa com como o seu cabelo e sua roupa podem afetar as pessoas. Elogios sobre o estilo da Zendaya é normalmente o que as pessoas ouvem da primeira vez que falam sobre ela. Ela trabalha com o estilista da família Law Roach, e não tem medo de ser imprevisível. Seu turbulento guarda-roupas durante a Semana da Moda em Paris mostrava uma mudança com classe dominante. “Uma das grandes razões para eu usar de cabelos e beleza em geral é que é importante para mostrar vários tipos de beleza quando estou no tapete vermelho. Eu não quero ser unidimensional ou ser relacionada com um tipo de pessoa. Eu quero ser uma mulher diferente, tipo “isso sou eu! ”, “Isso é meu cabelo!”, “Isso é tão meu estilo”. Se eu fui lá fora e foi tipo, bonito, o tempo todo fazendo a mesma coisa… isso pode ser legal, mas você também estará atendendo a um tipo de pessoa. E sobre os outros tipos de beleza lá fora? ”.
Zendaya se importa. Ela quer se certificar que cada mensagem seja autêntica. “Sempre fui honesta com meus fãs, e quero manter isso, porque eu sinto que eles podem ver através da falsidade. Eles saberiam se eu deixasse alguém tuitar por mim” ela ri. É a sua mensagem por completa, e ela não se sente roteirizada. Durante nossa conversa, ela responde de forma sucinta a sua opinião sobre o feminismo, melhor do que as mulheres que têm o dobro da sua idade: ”Uma feminista é uma pessoa que acredita no poder das mulheres, tanto como eles acreditam no poder de qualquer outra pessoa. É igualdade, é justiça, e eu acho que é uma coisa grande demais para ficar a parte”. Poucas semanas depois de nos encontrar, ela procura a revista francesa Modeliste, por ter alterado seu quadril em uma edição recente. Postou a foto em seu instagram, lado-a-lado (retocada e real) e acrescentou: “Essas são as coisas que tornam as mulheres autoconscientes”. A revista rapidamente apagou a imagem do site deles.
Sinto a convicção em Zendaya se tornar mais forte quando ela fala sobre seus trabalhos de caridade. Ela ajuda a “Convoy of Hope” (que entrega suprimentos à vítimas de catástrofes naturais) e ela participou da Cúpula Global de Compaixão com a “maldita” Dalai Lama. (Sobre uma recente gafe, onde afirmaram que a feminina Dalai Lama tinha que ser “atraente”, Zendaya tem isto a dizer: Se ele disse tipo “ela precisa ser magra com peitos grandes” isso é diferente. Talvez tenha dito sobre uma alma atraente, uma personalidade atraente. Estou só tentando achar o lado positivo aqui.). Em uma visita à África do Sul com a UNAIDS no verão passado, ela conheceu três irmãos. O mais velho tinha se tornado guardião dos seus irmãos mais novos, depois que seus pais morreram por causa da AIDS. Eles não tinham eletricidade, água ou canalização. “Assim que eu cheguei lá foi tipo, nós temos que ajuda-los” Zendaya diz “Isso ficou constantemente na minha cabeça”. Então para seu aniversário de 19 anos, em 1º de setembro, ela pediu aos seus fãs para doarem dinheiro através do Crowdise, na esperança de levantar pelo menos 40 mil dólares, para melhorar a vida desses irmãos, e ela mesmo contribuiu com a primeira doação de 10 mil dólares. Ela acabou levantando 50 mil dólares. Em seu aniversário de 18 anos, ela alimentou três escolas, na Tanzânia, Filipinas e Haiti, através do Convoy of Hope em parceria com FeedONE, e ela espera visitar uma dessas escolas esse ano.
Ao longo da nossa conversa, Zendaya foi se abrindo, sua linguagem corporal ia de nós sentados lado a lado e ela de frente para nós de pernas cruzadas e sapatilhas descalças. E embora ela tenha sido educada, envolvente e honesta, eu ainda senti um pouco de profissionalismo. Nós nos envolvemos e ela descruza suas longas pernas uma da outra. Quando ela estava indo embora, fez uma pausa, como se tivesse lembrado que esqueceu o fogão ligado, volta e diz com um sorriso “Eu amo o seu cabelo, muito luxuoso” e continua o seu caminho. Não foi um abraço, mas eu vou guardar isso.

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